Eu tinha muitas coisas para escrever, mas ontem, por uma frescura feminina, bati o carro pela primeira vez.
Agora só consigo ficar com raiva de mim mesma (afinal foi pura frescura!), pensar em como ($)arrumarei o carro e como ficarei sem ele...
Zut!!

Não aguento mais ficar sozinha!

É incrível o talento que tenho para questionar. Mas não os outros, sempre a minha vida, meus sentimentos. Tenho certeza que muito me acham uma infeliz de plantão, ou uma desocupada que não sabe dar valor ao que tem, mas realmente não ligo para isso, sou egoista e egocêntrica demais para pensar nos outros. Ligo apenas para minhas perguntas e angústias.

Sempre fui apaixonada por literatura. Fui fazer Letras por causa dessa paixão, lá encontrei um professor que não só me fez apaixonar mais, mas que mudou minha forma de pensar. Resolvi seguir em frente, fazer o mestrado em Literatura. Tenho que admitir que foi uma decepção, perdi a vontade de ler, transformaram aquela paixão em algo tão chato...

Compartilhei minhas angústias com algumas pessoas e vi que não estava sozinha. A paixão parece ter voltado, mas não nas aulas e sim quando conversamos fora delas. Quando trocamos nossas idéias e angústias sem obrigação nenhuma, sem nos preocuparmos se está certo ou errado. Assim até Peirce parece mais legal...

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Há algum tempo estudei Calvino e acabei criando uma relação de amor e ódio. Não tenho palavras para Palomar , ele foi um tapa na minha cara. Esse senhor observador e incrívelmente chato me fez pensar em minha vida e no resultado dela.

Fiquei ainda mais angústiada.

O próximo passo é ler a indicação do Ricardo Monsieur Teste do Valéry.

Tenho muitas coisas para escrever, mas hoje não estou com vontade!